Aspiro a um repouso absoluto e a uma noite contínua. Poeta das loucas voluptuosidades do vinho e do ópio, não tenho outra sede a não ser a de um licor desconhecido na Terra e que nem mesmo a farmacopeia celeste poderia proporcionar-me; um licor que não é feito nem de vitalidade, nem de morte, nem de excitação, nem de nada. Nada saber, nada ensinar, nada querer, nada sentir, dormir e sempre dormir, tal é actualmente a minha única aspiração. Aspiração infame e desanimadora, porém sincera.
in O Livro das Citações - Eduardo Gianetti, Livros d'Hoje, Publicações Dom Quixote
Charles-Pierre Baudelaire (nasceu a 9 de Abril de 1821 em Paris, m. 31 de Agosto de 1867)
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Intangível
Correspondências
Um Hemisfério numa cabeleira
Nota do webmaster: Em condições normais não tenho o sentimento partilhado aqui pelo autor. Mas às vezes, circunstancialmente, apetece desaparecer temporariamente e nada sentir ou seja «suicidar-me por seis meses».
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