Tudo através da névoa da distância
se transfigura em sugestivo aumento,
ao reflectir-se, em nítida inconstância,
nos espelhos de luz do pensamento.
Milagre da ficção, delírio ou ânsia,
vejo passar, com vida e movimento,
as fugazes visões de minha infância,
como nuvens tangidas pelo vento.
Olhos meus, se ao passado vos volverdes,
algum dia, verei nessa ansiedade,
o céu mais lindo e as árvores mais verdes.
Vereis por novos e encantados prismas,
a paisagem tranquila da Saudade,
como a percebe o olhar das minhas cismas.
Poema extraído daqui onde poderá conhecer mais sobre o autor e a sua obra
Antonio Francisco da Costa e Silva (nasceu na cidade de Amarante, Piauí em 23 de novembro de 1885 e faleceu no Rio de Janeiro em 29 de junho de 1950)
Em Nothingandall, pode ler do mesmo autor:
Madrigal de um louco
Saudade
Velut Umbra
1 comentário:
Lindo poema, querido amigo!
Gostei muito!
Beijos, flores e muitos sorrisos!
Enviar um comentário