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2010-11-23

Através da Névoa da Distância - Da Costa e Silva

Tudo através da névoa da distância
se transfigura em sugestivo aumento,
ao reflectir-se, em nítida inconstância,
nos espelhos de luz do pensamento.

Milagre da ficção, delírio ou ânsia,
vejo passar, com vida e movimento,
as fugazes visões de minha infância,
como nuvens tangidas pelo vento.

Olhos meus, se ao passado vos volverdes,
algum dia, verei nessa ansiedade,
o céu mais lindo e as árvores mais verdes.

Vereis por novos e encantados prismas,
a paisagem tranquila da Saudade,
como a percebe o olhar das minhas cismas.


Poema extraído daqui onde poderá conhecer mais sobre o autor e a sua obra

Antonio Francisco da Costa e Silva (nasceu na cidade de Amarante, Piauí em 23 de novembro de 1885 e faleceu no Rio de Janeiro em 29 de junho de 1950)

Em Nothingandall, pode ler do mesmo autor:
Madrigal de um louco
Saudade
Velut Umbra

1 comentário:

Unknown disse...

Lindo poema, querido amigo!
Gostei muito!
Beijos, flores e muitos sorrisos!

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