Meu triste coração, como um castelo antigo,
Que a legenda vestiu de espectro e visões,
A lembrança do tempo em que sonhou contigo
Sustenta-o como a hera as velhas construções,
Meu triste coração, como um castelo antigo,
De noite, quando o orvalho os lírios humedece,
Como se a lua andasse e os astros a chorar,
Nas sombras da ruína afirmam que aparece
Uma estranha visão de alvura singular,
De noite, quando o orvalho os lírios humedece.
Semelhante à visão que no castelo existe,
Também no coração, rasgado pela dor,
Eu sinto perpassar, no seu sudário triste,
O espectro sepulcral do meu perdido Amor,
Semelhante à visão que no castelo existe...
(in Poesias Completas, António Feijó, Caixotim Edições)António Joaquim de Castro Feijó, nasceu em Ponte de Lima a 1 de Junho de 1859 e faleceu em Upsala na Suécia a 20 Junho 1917).
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