Que me aguarde, por pena, o mais triste dos fados,
e clamores hostis me sigam pela vida,
que floresçam vulcões nos montes sossegados
e trema de revolta a Terra adormecida…
Que se ergam contra mim os seres indignados
como um quadro dantesco em fúria desmedida,
e que, na própria altura, os astros deslocados
rolem numa sinistra e tremenda descida…
Hei de ser tua um dia e ofertar-te, sem pejo.
vibrante, ébria de amor, á chama de teu beijo,
esta alma virginal que há tanto assim te espera…
E então hei de sentir vaidosa, intensamente,
desabrochar em mim, num delírio crescente,
o instinto de mulher em ânsias de pantera!
Cinira do Carmo Bordini Cardoso, de nome literário Carmen Cinira, nasceu no Rio de Janeiro, em 16 de julho de 1902 (ou 1905?), e faleceu em 30 de agosto de 1933
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