Abismo em que me perco todo dia
Sempre à procura de meu ser disperso,
Reflexo do que passa pelo céu
Ou espelho exposto a todas as figuras.
Um centro vivo ou então periferia
Às vezes emergindo outras imerso
No que é dos outros ou no que é meu,
Dando sentido enorme às criaturas.
Barco perdido em meio à correnteza
Ou bússola marcando os horizontes,
Um sair e volver eternamente,
Novelo intumescido de incerteza
As chãs planícies e elevados montes,
Virtualidades todas da semente.
Miguel Reale, nasceu em São Bento do Sapucaí, 6 de novembro de 1910 e faleceu em São Paulo, 14 de abril de 2006.
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