É tarde. As barcas vão entrar- Em toda a praia,
as mulheres, fitando o mar iluminado
e calmo, falam, num sussurro entrecortado
pelo troar da vaga que se espraia.
A canastra à cabeça. arregaçada a saia
caminham pela areia e,m passo cadenciado.
Ao largo, no horizonte, em névoas esfumado,
cruzam-se a bordejar latinas de catraia.
Uma aragem do mar, balsâmica e salgada,
espalha um cheiro d'alga em torno. Desmaiada,
evapora-se a luz num nevoeiro loiro...
Risca o fundo sanguíneo e ardente do arrebol
um voo de gaivota. E, no ocidente, o Sol
fulge, radiante, como uma panóplia d'oiro.
Luís Cipriano Coelho de Magalhães nasceu em Lisboa a 13 de setembro de 1859 e morreu no Porto a 14 de dezembro de 1935
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