Páginas

2014-12-02

O BALOIÇO - Alfredo Guisado

Baloiço - imagem daqui

Na minha quinta, em pequeno,
Tive um inquieto baloiço
Que ainda o vejo sereno
E nele os meus gritos oiço.

Longas horas baloiçava
Meu frágil corpo menino.
E ora subia ou baixava
Num constante desatino.

Nesse baloiço, à distância,
Chama por mim minha infância
E eu chamo p'lo que passou.

E sem haver quem me oiça
O baloiço me baloiça
Entre o que fui e o que sou.


Alfredo Pedro de Meneses Guisado (nasceu a 30 de outubro de 1891 em Lisboa, onde faleceu a 2 de dezembro de 1975).

Ler do mesmo autor:
Apagou-se por fim o incerto lume
Recordar
Outrora
Um Poema de "Elogio da Desconhecida"
As Exéquias da Princesa II A Princesa a Seus Lábios Durante a Morte

Sem comentários:

Enviar um comentário