Trago-te nos braços ao cair da tarde
quando a glicínia cheira na porta do meu corpo
tacteias a espaço a porta entreaberta
e reténs o grito na fogueira da boca
convulsionada e ágil te conduzo
na relva agora húmida e macia.
Fecho-me para crescer em ti
os dedos acordados e subtis
e é tudo água, vórtice, clarão.
in Antes que a noite caia, Editora Ausência
Aurora Augusta Figueiredo de Carvalho Homem, que usou os pseudónimos literários de Maria Aurora e de Maria Aurora Carvalho Homem, nasceu em Sátão (Viseu), 13 de novembro de 1937 - m. no Funchal, 11 de junho de 2010.
1 comentário:
Que seja relâmpago
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