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2013-10-19

Soneto de Separação - Vinícius de Moraes (na passagem do centenário do nascimento)

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.


Extraído de Vinicius de Moraes - Antologia Poética, Publicações Dom Quixote

Vinicius de Moraes (n. Rio de Janeiro a 19 Out 1913; m. Rio de Janeiro, 9 Jul 1980)

Ler neste blog do/sobre o autor:
A Ausente
Sonata do Amor Perdido
Se o amor quiser voltar
Saudades do Brasil em Portugal
Soneto do Amor Total
Poética I
Mar
Poema de Todas as Mulheres
Soneto de Fidelidade
Pela luz dos olhos teus
Dialectica
Aquarela
Amigos
Vinícius de Morais (n. 1913 m. 9 Jul 1980)

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