A noiva passa rindo
De rosas coroada,
Como um botão surgindo
Á luz da madrugada.
Na fronte imaculada
O véu lhe desce lindo,
E a brisa enamorada
Lhe furta um beijo infindo.
Ante o altar se inclina
A noiva, e purpurina
Murmura a medo: «Sim.»
Agora é noite; a lua
No céu azul flutua,
E o noivo diz: «Enfim!»
Extraído de Obras Completas, Tavares Cardoso & Irmão - Editores, Lisboa 1897 (com adaptação da ortografia)
António Cândido Gonçalves Crespo (n. Rio de Janeiro a 11 Mar 1846; m. em Lisboa a 11 Jun 1883)
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