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2012-03-30

Soneto - Natividade Saldanha

Se no seio da pátria carinhosa,
Onde sempre é fagueira a sorte dura,
Inda lembras, e lembras com ternura,
Os meigos dias da união ditosa ;

Se entre os doces encantos de que goza
Teu peito divinal, tua alma pura
Suspiras por um triste e sem ventura,
Que vive em solidão cruel, penosa;

Se lamentas com mágoa a minha sorte,
Recebe estes meus ais, oh minha amante,
Talvez núncios fiéis da minha morte.

E se mais nós não virmos, e eu distante
Sofrer da parca dura o férreo corte:
Amou-me, dize então, morreu constante.

José da NATIVIDADE SALDANHA nasceu em Santo Amaro do Jaboatão (PE) a 8 de Setembro de 1795 e morreu exilado em Bogotá, capital da Colômbia, em 30 de Março de 1830.

Ler do mesmo autor:
Nárcia! Márcia! ai de mim!
À Sombra Deste Cedro Venerando;
Os teus olhos gentis encantadores...

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