Meu amor meu amor
meu corpo em movimento
minha voz à procura
do seu próprio lamento.
Meu limão de amargura meu punhal a escrever
nós parámos o tempo não sabemos morrer
e nascemos nascemos
do nosso entristecer.
Meu amor meu amor
meu pássaro cinzento,
a chorar a lonjura,
do nosso afastamento
Meu amor meu amor
meu nó de sofrimento
minha mó de ternura
minha nau de tormento
este mar não tem cura este céu não tem ar
nós parámos o vento não sabemos nadar
e morremos morremos
devagar devagar.
José Carlos Pereira Ary dos Santos (n. em São Sebastião da Pedreira, Lisboa, a 7 de Dezembro de 1936 — m. 18 de Janeiro de 1984)
Ler do mesmo autor:
Sem comentários:
Enviar um comentário