Um olhar pela estante, lá do pó
traz-me ao olhar as cartas dela, fico
de pé folheando aqui, ali, respigo
palavras do prazer entre as de dor
vazia a boca e ainda o amor
falando do desejo num gemido,
rasgando a carne,ou um grito
a vida inteira vivo em morto corpo.
Por um instante no claustro sou
a alma desolada de mariana, sinto
uma lágrima, só, queimar-me o livro
por onde inadvertido vou.
E porque me comove uma tal paixão
sorrio-me admitindo ser ficção.
Ler do mesmo autor, neste blog:
Soube de ti na Primavera
Ao Luar
Sem comentários:
Enviar um comentário