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2011-11-22

Na passagem dos 110 anos do nascimento de Carlos Conde


Ao fim de tantos anos de ser tua
Amaste outra, casaste, foste ingrato;
Vi-te passar com ela à minha rua
Abracei-me a chorar ao teu retrato
Vi-te passar com ela à minha rua
Abracei-me a chorar ao teu retrato

Podia insultar-te quando te vi
Ferida neste amor supremo e farto
Mas vinguei-me a chorar, chorei por ti
Por entre as persianas do meu quarto
Mas vinguei-me a chorar, chorei por ti
Por entre as persianas do meu quarto

Casaste! sê feliz, deus te proteja
Não te desejo mal, e tanto assim
Que não tenho ciúmes nem inveja
Como a tua mulher teve de mim
Que não tenho ciúmes nem inveja
Como a tua mulher teve de mim

Mas olha, meu amor, eu não me importa,
Antes que fosses dela eu já fui tua
Podes sempre bater à minha porta
Mas não passes com ela à minha rua
Podes sempre bater à minha porta
Mas não passes com ela à minha rua


Letra de Carlos Conde (n. a 22 de Novembro de 1901, no Lugar do Monte na Murtosa; faleceu a 13 de Julho de 1981, em Lisboa).

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