Sempre que leio nos jornais:
"De casa de seus pais desapar'ceu..."
Embora sejam outros os sinais,
Suponho sempre que sou eu.
Eu, verdadeiramente jovem,
Que por caminhos meus e naturais,
Do meu veleiro, que ora os outros movem,
Pudesse ser o próprio arrais.
Eu, que tentasse errado norte;
Vencido, embora, por contrário vento,
Mas desprezasse, consciente e forte,
O porto de arrependimento.
Eu, que pudesse, enfim, ser eu!
- Livre o instinto, em vez de coagido.
"De casa de seus pais desapar'ceu..."
Eu, o feliz desapar'cido!
in Rosa do Mundo - 2001 Poemas para o Futuro - 3ª Edição
Porto 2001 Capital Europeia da Cultura - Assírio & Alvim
José Carlos Queiroz Nunes Ribeiro (n. Lisboa 5 Abr 1907; m. 27 Out 1949)
Do mesmo autor, neste blog:
Amizade
Na Cidade Nasci
Erótica
Apelo à Poesia
Uma história vulgar
Pastoral
LIBERA-ME
Canção Grata
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