Benfica
1-1
Man. United
Digam lá que Cardozo não é grande jogador...
O Benfica estreou-se na fase de grupos da Champions League em casa no Estádio da Luz praticamente lotado (63 800 espectadores) perante o finalista vencido da prova na época passada. É certo que faltaram Rio Ferdinand e Vidic na defesa e Ferguson optou por jogadores mais veteranos no onze inicial com a presença de Fletcher e com Giggs este, aliás, a ter no jogo um papel fundamental e um esquema táctico de 4-3-3 que deixou Rooney praticamente ausente do jogo (destacou-se a disputar uma bola com Artur já com o jogo parado, o que lhe valeria o cartão amarelo por intervenção de um daqueles juízes auxiliares de linha de fundo...
No lado encarnado Jesus surpreendeu muitos benfiquistas com a escala de Rúben Amorim para o onze inicial, jogando na direita do meio-campo o que possibilitou o regresso Gaitán ao lado esquerdo e, agora de modo esperado, deixando Cardozo sem companhia na frente, regressando Aimar à titularidade.
Observe-se que esta crónica de jogo é feita por quem viu o viu ao vivo no estádio ou seja sem tv e sem repetições mas desfrutando do ambiente real. E assim pareceram ajustadas as declarações de final do jogo de Jesus que considerou que o Benfica foi mais objectivo e teve melhores oportunidades de golo. Ao maior tempo de posse de bola dos ingleses o Benfica contrapôs mais remates totais e em direcção à baliza - exigiu mais defesas, duas delas bem difíceis, ao guarda redes dinamarquês do Manchester -, mais pontapés de canto (aqui quase sempre marcados sem criar grande perigo à defesa inglesa visitante), mas também foi com alívio para muitos espectadores benfiquistas que o árbitro deu por terminado o jogo, uma vez que havia o receio de perder.
Esta foi aliás a tónica do jogo: as equipas mais do que vontade de ganhar tiveram receio de perder. Assim, foi um jogo muito táctico com as equipas a recuarem para o meio campo defensivo logo que perdiam a posse de bola. O Manchester começou melhor o jogo (e o mesmo aconteceria no recomeço da segunda parte) mas o Benfica equilibraria e teria os melhores momentos a meio de ambas as partes. Cardozo, num golo de grande categoria individual a receber de peito o cruzamento largo de Gaitán a pôr a bola no pé esquerdo e rodar para desferir com o pé direito um pontapé certeiro, à entrada da área, daria vantagem ao Benfica, mas perto do intervalo o Benfica não soube levar para os balneários a vitória. Num livre tardio e que mereceu os protestos do público da Luz - ficou-se com a ideia que o árbitro esloveno foi sempre de apito mais ligeiro quando estavam em causa faltas dos encarnados e muito tardio ao ponto de simplesmente não marcar algumas faltas inglesas (de que aliás em alguns casos saíram jogadas de perigo) - os ingleses andaram a tocar a bola em passe curto até que criaram um buraco no centro da entrada da área por onde Giggs finalizou com mestria o lance restabelecendo a igualdade no marcador.
Na segunda parte o Manchester retomou outra vez o jogo com ligeiro ascendente territorial mas foi de uma jogada de contra-ataque com saída de Aimar e abertura excelente para Maxi Pereira pela direita que o Benfica construiu uma clara oportunidade de golo (com vantagem de cinco jogadores para três adversários) concluída por Nolito com um remate cruzado rasteiro mas que o guarda-redes com uma mão desviou fazendo a defesa da noite. A entrada de Nolito para o lugar de Rúben Amorim coincidiu com uma maior abertura no jogo uma vez que também Ferguson fizera entrar Nani e Hernandez parecendo os treinadores com estas intervenções de tónica mais ofensiva quererem contrariar a acomodação ao empate.
Foi o Benfica que, através de um remate de Gaitán que o guarda-redes Lindegaard voltou a responder com boa defesa para canto e pertinho do fim aos 87' numa insistência de Nolito que só não teve frieza para concluir depois de ter passado por um emaranhado de jogadores, esteve mais perto de ganhar mas também Giggs estivera antes perto de bisar quando passando por três adversários se lhe deparou o pé milagroso de Artur a desviar para canto.
Está justificado o título da crónica uma vez que faltou pouco para o Benfica ganhar mas também... podia perder.
Resta o entusiasmo deste regresso do Benfica aos grandes jogos da Champions e a evidência de que que esta equipa tem condições para bater suiços do Basileia e romenos do Otelul Galati (no outro jogo do grupo o Basileia venceu em casa 2-1) adversários directos para garantir uma passagem aos oitavos de final da Champions. Todavia, o calendário não foi muito favorável aos encarnados que têm duas deslocações fora na continuidade desta prova assumindo grande importância o próximo jogo entre o Otelul e os encarnados de Lisboa na próxima ronda a disputar na cidade romena de Galati, já que tudo que não seja uma vitória encarnada colocará na classificação, certamente, ingleses (que receberão o Basileia) e suiços na frente da tabela classificativa.
Group stage (Group C) - 14/09/2011 - 19:45- Estádio do Sport Lisboa e Benfica - Lisboa
Espectadores: 63.800
Árbitro: Damir Skomina (SVN)
Assistentes: Primož Arhar (SVN), Marko Stančin (SVN)
Assistentes Adicionais: Slavko Vinčić (SVN), Roberto Ponis (SVN)
Benfica: 1 Artur (GK); 14 Maxi Pereira, 4 Luisão (Cap), 24 Garay, 3 Emerson; 6 Javi García, 5 Ruben Amorim (9 Nolito 56'), 28 Axel Witsel, 20 Gaitán ( Bruno César 90+1'), 10 Aimar (21 Matić 75'); 7 Cardozo.
Man. United: 34 Anders Lindegaard (GK); 20 Fabio (4 Phil Jones aos 69'), 12 Smalling, 6 Jonny Evans e 3 Patrice Evra (Cap); 24 Fletcher (17 Nani aos 69'), 16 Michael Carrick, 13 Park Ji-Sung, 10 Wayne Rooney e 25 Valencia (14 Javier Hernández 69').
Golos: Cardozo 1-0; 42' Ryan Giggs 1-1;
Disciplina: 27' Cartão amarelo a Wayne Rooney por disputar a bola a Artur com o jogo já paralisado;
39' Cartão amarelo a Aimar por falta sobre Rooney
61' Cartão amarelo a Maxi Pereira por falta sobre Park
65' Cartão amarelo para Michael Carrick
69' Gaitán por rasteirar um adversário
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