Oh! meu amor, escuta, estou aqui,
pois o teu coração bem me conhece,
eu sou aquela voz que, em tanta prece
endoideceu, chorou, gemeu por ti!
Sou eu, sou eu que ainda não morri.
Nem a morte me quer, ao que parece,
e vinha renovar se ainda pudesse
as horas dolorosas que vivi.
Oh! que insensato e louco é quem se ilude!
Quiz fugir, esquecer-te, mas não pude...
Vê lá do que teus olhos são capazes!
Deitando a vista pelo mundo além
desisto de encontrar na vida um bem
que valha o mal que tu me fazes!
Marta de Mesquita da Câmara (n. Porto, 24 de Agosto de 1895 — m. Porto, 20 de Novembro de 1980)
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A Tua Amada
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