Duma outra infância, inventada,
Guardo memórias que são
Reais reversos do nada
Que as verdadeiras me dão.
Estas, se acaso regressam,
Em tropel e confusão
Ao limiar-me, tropeçam
No corpo das que lá estão.
Assim, mentindo as raízes
Do meu confuso começo,
Segrego imagens felizes
Com que as funestas esqueço.
in Cem Poemas Portugueses sobre a Infância; selecção, organização e introdução de José Fanha e José Jorge Letria, Terramar
Reinaldo Edgar de Azevedo e Silva Ferreira (n. em Barcelona, a 20 de Março de 1922; m. em Moçambique a 30 de Junho de 1959).
Ler do mesmo autor, neste blog:
Rosie
Quem dorme à noite comigo
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