Essa que deve ser silenciosa
como um perfume embriagante e raro,
doce - como a tristeza vagarosa,
alegre - como o azul do céu mais claro
Essa que é tolo Amor, sendo incerteza,
toda luz e mistério e graça e alma,
forma florida e vaga da Beleza
num sorriso tino, e triste e calma
Essa que eu adivinho e, vaga, ondeia
pela minha emoção, na minha ideia,
no meu Amor, na minha Arte e em mim;
talvez seja - quem sabe? a refletida
infinita saudade de outra vida
mais perfeita do que esta e de onde eu vim!
in "Os Mais Belos Sonetos que o Amor Inspirou", J.G . de Araujo Jorge - Vol. II - 1ª. ed. 1966
Augusto Casimiro dos Santos (n. em Amarante a 11 Maio de 1889; m. em Lisboa a 23 Set. 1967)
Ler do mesmo autor, neste blog:
I A Hora da Prece
Do Primeiro Regresso
O Poeta e a Nau
Sangue de Inês
Velando
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