Vozes na Noite! Quem fala
Com tanto ardor, tanto afã?
Falou o Grilo primeiro,
Logo depois foi a Rã.
Pobre loucura dos homens
Quando julgam entendê-las…
Só eles pasmam os olhos
Neste encanto das estrelas.
Lá no silêncio dos campos
Ou no mais ermo da serra,
Na voz das rãs fala a água,
Na voz dos grilos a Terra.
Só eles cantam a vida
Com amor e singeleza,
Por ser descuidada, alegre;
Por ser simples com beleza.
Pudesse agora dizer-te,
Sem ser por palavras vãs,
O que diz a voz dos grilos,
O que diz a voz das rãs.
in Antologia de Poemas para a Infância, organização Henriqueta Lisboa, Ediouro Publicações
Armando César Côrtes-Rodrigues (Vila Franca do Campo, 28 de Fevereiro de 1891 — Ponta Delgada, 14 de Outubro de 1971).
Ler do mesmo autor, neste blog:
Ergo meus olhos vagos na distância
Em Louvor da Água
2 comentários:
Querido amigo; esse é o som mais lindo dos campos, onde de lá podemos ouvi-los e visualizar o brilho das estrelas.
Boa semana! Beijos
Maravilhoso! E logo antes aquele símbolo fantástico da águia. Blog soberbo... César Santos
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