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2011-02-13

Elegia de Dezembro - Eduardo Carranza

Hoje não é Sábado, nem estamos em Dezembro, mas este poema é belíssimo!


Sucede que é Dezembro em todo o mundo.
E é dia Sábado em toda a Colômbia.
Azulado de Sábado e Dezembro,
cheio de dias e de ainda,
e levando na mão uma palavra:
teu nome, uma violeta e uma lágrima
caminho para a margem
do ano, para Janeiro e não-sei-onde.
É Dezembro e Sábado. Está frio.
Definitivamente dá saudade.
(Dezembro sobe-me à cabeça).
Penso que já não estás em meu futuro,
que já não és a porta misteriosa
que se abriria de par em par um dia
como teu riso quando de repente...
E o que foi Esperança é já saudade,
(O ramo seco que outrora foi verde
cala-se e suspira).
Cheguei, amei, perdi.
Hoje teu nome é Esquecimento. Um comboio passa.
Em mim te suicidei. Eu compreendo-me.
Estão a dobrar a Sonho os sinos.

Eduardo não comeces a chorar.


Trad. José Bento
in Rosa do Mundo, 2001 Poemas para o Futuro, Porto Editora

Eduardo Carranza (n. Apiay, Villavicencio, Colombia, 23 Jul 1913 - m. Bogotá, Colombia, 13 de fevereiro 1985)

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