Eu disse - Vai-te, estrela do Passado!
Esconde-te no Azul da Imensidade,
Lá onde nunca chegue esta saudade,
- A sombra deste afeto estiolado.
Disse, e a estrela foi p'ra o Céu subindo,
Minh'alma que de longe a acompanhava,
Viu o adeus que ela do Céu enviava,
E quando ela no Azul foi se sumindo
Surgia a Aurora - a mágica princesa!
E eu vi o Sol do Céu iluminando
A Catedral da Grande Natureza.
Mas a noite chegou, triste, com ela
Negras sombras também foram chegando,
E eu nunca mais vi a minha estrela!
Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos (n. no Engenho Pau d'Arco, Paraíba, no dia 20 de abril de 1884; m. em Leopoldina em 12 de Nov. de 1914).
Ler do mesmo autor:
O sonho, a crença e o amor
Budismo Moderno
Ao Luar
A Ideia
Tempos Idos
Versos Intimos
Soneto (canta teu riso...)
Contrastes
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