A tarde corava no ar...
Coravas tu, mais ainda
que a tarde. Cismavas. Linda,
cismavas diante do mar.
Não escreveste na areia
teu nome? - Pois com um olhar
escreveste-o mais, sereia,
no meu sonho. E vinha o mar...
A maré pôs-se a aumentar:
subiu... consumiu teu nome;
mas qual o mar que o consome
no meu sonho? qual o mar?
Cá tem de ficar escrito...
Sim: Nada o pode apagar,
nada: nem meu infinito
mar de lágrimas - um mar!
Murilo Araújo (nasceu na cidade de Serro, Minas Gerais, Brasil, em 26 de outubro de 1894; m. em 1 de Agosto de 1980).
Ler do mesmo autor: Viajante Estrangeiro, Visão
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