Quando eu nasci,
ficou tudo como estava,
Nem homens cortaram veias,
nem o Sol escureceu,
nem houve Estrelas a mais...
Somente,
esquecida das dores,
a minha Mãe sorriu e agradeceu.
Quando eu nasci,
não houve nada de novo
senão eu.
As nuvens não se espantaram,
não enlouqueceu ninguém...
P'ra que o dia fosse enorme,
bastava
toda a ternura que olhava
nos olhos de minha Mãe...
José Régio, pseudónimo de José Maria dos Reis Pereira, nasceu em Vila do Conde, em 17Set 1901; m. em Vila do Conde 22 Dez 1969.
Ler do mesmo autor neste blog:
Fado Português
Meu Menino Ino, Ino
Poema do Silêncio
Soneto de Amor
Adeus
Toada de Portalegre
Cântico Negro
1 comentário:
Por ter os feeds leio os teus posts no Google Reader. Este em particular merece umas palavras na caixa de comentários.
Um grande poema de José Régio, que infelizmente não é tão reconhecido como merece.
Beijo
Enviar um comentário