Amo o soneto, o engaste florentino
de tanta jóia de lirismo alado,
de tanto pensamento cristalino,
de tanto amor, de tanto ideal sagrado.
Nele, Petrarca, o sonhador divino,
deixou gemer o coração rasgado;
Tasso cantou seu mísero destino;
Dante, o amor imortal do seu passado.
Teve, nele, o cantor do "Paraíso",
descanso às suas últimas visões;
deu-lhe Bocage, eterno, o choro e o riso;
Antero, um mundo de interrogações;
e tantos outros... que nem é preciso
lembrar, ainda, quanto o amou Camões.
José Fernandes Costa nasceu em Lisboa a 5 de Julho de 1848 e aí faleceu a 30 de Julho de 1920, no posto de general reformado. Oficial de Artilharia, assentou praça em 1866, cursou a Escola Politécnica e a Escola do Exército e frequentou o Curso Superior de Letras. Era cavaleiro da Ordem de Santiago e comendador da Ordem de Avis. Operosíssimo escritor, foi poeta, historiador, tradutor e jornalista. O seu volume «O Eterno Feminino» é uma colecção de 286 sonetos.
Soneto e Nota biobliográfica extraídos de «A Circulatura do Quadrado - Alguns dos Mais Belos Sonetos de Poetas cuja Mátria é a Língua Portuguesa. Introdução, coordenação e notas de António Ruivo Mouzinho. Edições Unicepe - Cooperativa Livreira de Estudantes do Porto, 2004.
Ler do mesmo autor, neste blog: Um soneto não custa a arquitectar
Soneto e Nota biobliográfica extraídos de «A Circulatura do Quadrado - Alguns dos Mais Belos Sonetos de Poetas cuja Mátria é a Língua Portuguesa. Introdução, coordenação e notas de António Ruivo Mouzinho. Edições Unicepe - Cooperativa Livreira de Estudantes do Porto, 2004.
Ler do mesmo autor, neste blog: Um soneto não custa a arquitectar
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