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2010-05-31

Prémio Camões 2010 é atribuído a Ferreira Gullar

A ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, anunciou hoje que o brasileiro Ferreira Gullar foi o vencedor da edição de 2010 do prémio Camões.

O prémio Camões foi instituído em 1988 pelos Governos de Portugal e do Brasil e visa «consagrar anualmente um autor de língua portuguesa que, pelo valor intrínseco da sua obra, tenha contribuído para o enriquecimento do património literário e cultural da língua comum».

O valor do prémio é de cem mil euros e será entregue em Lisboa, em data a anunciar.

"José Ribamar FERREIRA GULLAR nasceu em São Luís do Maranhão a 10 de Setembro de 1930, mas, a partir de 1951, fixou-se no Rio de Janeiro. Aí, publicou um poema de vanguarda, «A Luta Corporal» (1954), que está na origem do movimento concretista, e participou, em São Paulo, na Exposição de Poesia Concreta (1956). Mais tarde, tornou-se dissidente do concretismo, dando origem ao neo-concretismo (1957/58) e insurgiu-se contra a Ditadura Militar (1964), pelo que foi processado, preso e exilado na Argentina, só regressando à Pátria em 1977. Entretanto, publicara o «Poema Sujo» (1975). Poeta, dramaturgo e ensaísta, a sua poesia é rica de substância e densa de sentido político".

O poeta brasileiro sucede assim ao Cabo-Verdeano Arménio Vieira vencedor do Prémio em 2009.

Neste blog já publicámos do agora laureado Prémio Camões os poemas Traduzir-se e o soneto Neste leito de ausência em que me esqueço deixando agora um dos poemas mais conhecidos do autor o Poema Sujo, que fala de São Luís, terra onde nasceu:

Me extravio
na Rua da Estrela, escorrego
no Beco do Precipício.
Me lavo no Ribeirão.
Mijo na Fonte do Bispo.
Na Rua do Sol me cego,
na Rua da Paz me revolto
na do Comércio me nego
mas na das Hortas floresço;
na dos Prazeres soluço
na da Palma me conheço
na do Alecrim me perfumo
na da Saúde adoeço
na do Desterro me encontro
na da Alegria me perco
na Rua do Carmo berro
na Rua da Direita erro
e na Aurora adormeço.

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Webmaster: (Mais) palavras para quê?

Nota biobliográfica extraída de «A Circulatura do Quadrado - Alguns dos Mais Belos Sonetos de Poetas cuja Mátria é a Língua Portuguesa. Introdução, coordenação e notas de António Ruivo Mouzinho. Edições Unicepe - Cooperativa Livreira de Estudantes do Porto, 2004.

Soneto do Olhar - Guerra-Duval



(Para os teus olhos, para os teus olhares
o Soneto bordado de saudade
e a lisonja das silabas de seda.)

Pelo céu, pela noite, pelos mares,
Via-láctea de amor e claridade —
o teu olhar é plácida alameda,

onde a minh'alma, anêmica e doente,
anda bebendo o ar da vida nova,
nesse quebranto do convalescente
que fugiu ao mistério duma cova.

(Já estive à morte, sendo assim tão moço...)
— Tarde de calma e de melancolia
é o teu olhar; e, quando me olhas, ouço
tocar dentro de mim Ave-Maria.


Adalberto Guerra-Duval nasceu em Porto Alegre, em 31 de maio de 1872; m. em Petrópolis, a 15 de janeiro de 1947).

Faz 49 anos que o Benfica ganhou a Taça dos Campeões Europeus frente ao Barcelona

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Benfica 3 - 2 Barcelona

A maior vitória do futebol português titulava o Diário de Notícias no dia seguinte.



O jogo disputou-se em Berna, precisamente no dia 31 de Maio de 1961 e perante 28 mil espectadores e sob a arbitragem do suíço Gottfie Dienst, as equipas apresentaram:

Benfica: Costa Pereira; Mário João e Ângelo, Neto, Germano e Cruz: José Augusto, Santana, José Águas, Coluna e Cavém

Barcelona: Rammallets; Foncho e Garay; Vergés, Gensana e Garcia; Kubala, Suarez, Evaristo, Kocsis e Czibor

Golos: 0-1 Czibor de cabeça aos 20'; 1-1 José Águas aos 30' ; 2-1 aos 31' após lançamento longo de Neto com a bola disputada por Santana e Gensana a ir parar ao fundo da baliza; 3-1 aos 55' por Mário Coluna. Com 3-1 ficou célebre o remate de Kubala ao poste com a bola a percorrer toda a linha de fundo bater no outro poste e ir parar às mãos de Costa Pereira. Aos 75' na sequencia de um canto, Czibor bisava para os espanhóis. Depois foi o sufoco do Barcelona que não chegou para evitar o primeiro triunfo na Taça dos Campeões Europeus.

No ano seguinte o Benfica voltaria a vencer agora frente ao Real Madrid perante 65000 espectadores por 5-3 em Amesterdão, no dia 2 de Maio de 1962.

E em 1963, terceira final consecutiva para defrontar o Milan em Wembley. O Benfica perdeu por 2-1 (dois golos de Altafini) estando a ganhar ao intervalo por 1-0 com um golo de Eusébio. No Milan jogava Trapattoni que teve um duelo de fazer faísca com Coluna. Os encarnados queixaram-se da permissividade do árbitro Ken Aston, de nacionalidade holandesa.

On this day in History - May 31

2010-05-30

Basquetebol: Benfica ganha segundo jogo e vence o Porto por 2-0 na final à melhor de sete

Benfica 63-53 FC Porto

Depois de na sexta-feira à noite ter vencido por 73-63 o Benfica repetiu hoje à tarde a vitória por dez pontos de diferença e ganha avanço importante na disputa da final do Campeonato Nacional de Basquetebol.

O jogo começou com as equipas muito nervosas e falhas de capacidade ofensiva chegango o marcador aos sete minutos com um exíguo e raro 4-4 com apenas um cesto de campo para o Porto. O Benfica mostrou siuperioridade e com grande agressividade defensiva avançou no marcador para 11-4, terminando o 1º. período de jogo com 14-6. O primeiro triplo do jogo por Diogo Carreira levou o marcador para 14-6 com doze minutos jogados e o segundo triplo por António Tavares distanciou o marcador para 19-6. O Porto melohorou a capacidade ofensiva na parte final da primeira parte do jogo com um triplo de Greg Stempin a lançar a recuperação parcial chgegando-se ao intervalo com o resultado em 23-17.

No 3º. periodo Will Frisby inaugurou o marcador para mais tarde com dois lances livres convertidos colocar o score em 29-19. Um triplo de João Santos aumentou a vantagem para 32-21 colocando sempre o Benfica com uma distância confortável tanto mais importante e difícil de anular quanto o facto das equipas demonstrarem grandes dificuldades em converter cestos , face à superioridade das defesas. Marçal com um cesto colocou o Porto à distância de doze pontos 32-24 mas a diferença atingiria o máximo de quinze aos 39-24. Algum deslumbramento encarnado e falhas nos lances livres levaram a alguma recuperação do Porto até aos 40-30 mas o 3º. período terminava com 43-30 após um novo triplo por João Santos.

O 4º. e último período começou da pior maneira para os encarnados que perderam Frisby lesionado no joelho para o jogo (e quem sabe para os restantes jogos!) e as possibilidades de recuperação do Porto aumentaram. Porém a equipa do Benfica sempre muito solidária foi mantendo a gerindo a vantagem angariada nunca deixando o Porto aproximar-se perigosamente no marcador; triplos de João Figueiredo e pouco depois de Rui Mota ainda aproximaram o Porto para 53-43 a 3' 04" do final do jogo, passando o marcador por 59-51 para o jogo terminar com uma diferença de dez pontos 63-53 e um score bastante baixo para um jogo de primeiro nível (ainda por cima uma final).

Agora no próximo fim de semana - sexta feira à noite e domingo à tarde - disputam-se dois jogos no Porto - e o favoritismo do Benfica fica contrariado se Frisby se juntar a Sérgio Ramos na lista de ausentes por lesão. O campeonato só se decidirá nesse fim de semana se os encarnados vencerem os dois jogos. Um triunfo que seja deixará o Benfica com grandes hipóteses de festejar o título em casa na semana seguinte.

Amor, se ua mudança imaginada - Sóror Violante do Céu

Amor, se ua mudança imaginada
é já com tal rigor minha homicida,
que será se passar de ser temida
a ser como temida averiguada?

Se só por ser de mi tão receada
com dura execução me tira a vida,
que fará se chegar a ser sabida?
que fará se passar de suspeitada?

Porém se já me mata, sendo incerta,
somente imaginá-la, e presumi-la,
claro está (pois da vida o fio corta),

Que me fará despois, quando for certa?
ou tornar a viver, para senti-la,
ou senti-la também despois de morta.


in Poemas Portugueses Antologia da Poesia Portuguesa do Séc. XIII ao Séc. XXI, Porto Editora

Sóror Violante do Céu - Violante da Silveira Montesino - (nasceu em Lisboa a 30 de Maio de 1607 e faleceu em Lisboa a 28 de Janeiro de 1693)

Ler da mesma autoria: Que Suspensão Que Enleio

Elegia - Ribeiro Couto

Que quer o vento?
A cada instante
Este lamento
Passa na porta
Dizendo: abre...

Vento que assusta
Nas horas frias
Na noite feia,
Vindo de longe,
Das ermas praias.

Andam de ronda
Nesse violento
Longo queixume,
As invisíveis
Bocas dos mortos.

Também um dia,
Estando eu morto,
Virei queixar-me
Na tua porta
Virei no vento
Mas não de inverno,
Nas horas frias
Das noites feias.

Virei no vento
Da primavera.
Em tua boca
Serei carícia,
Cheiro de flores
Que estão lá fora
Na noite quente.

Virei no vento...
Direi: acorda...


Ruy Lopes Esteves Ribeiro de Almeida Couto (n. Santos, São Paulo a 12 Mar 1898; m. em Paris a 30 de Mai de 1963)

Ler do mesmo autor, neste blog:

On this day in History - May 30