A ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, anunciou hoje que o brasileiro Ferreira Gullar foi o vencedor da edição de 2010 do prémio Camões.
O prémio Camões foi instituído em 1988 pelos Governos de Portugal e do Brasil e visa «consagrar anualmente um autor de língua portuguesa que, pelo valor intrínseco da sua obra, tenha contribuído para o enriquecimento do património literário e cultural da língua comum».
O valor do prémio é de cem mil euros e será entregue em Lisboa, em data a anunciar.
"José Ribamar FERREIRA GULLAR nasceu em São Luís do Maranhão a 10 de Setembro de 1930, mas, a partir de 1951, fixou-se no Rio de Janeiro. Aí, publicou um poema de vanguarda, «A Luta Corporal» (1954), que está na origem do movimento concretista, e participou, em São Paulo, na Exposição de Poesia Concreta (1956). Mais tarde, tornou-se dissidente do concretismo, dando origem ao neo-concretismo (1957/58) e insurgiu-se contra a Ditadura Militar (1964), pelo que foi processado, preso e exilado na Argentina, só regressando à Pátria em 1977. Entretanto, publicara o «Poema Sujo» (1975). Poeta, dramaturgo e ensaísta, a sua poesia é rica de substância e densa de sentido político".
O poeta brasileiro sucede assim ao Cabo-Verdeano Arménio Vieira vencedor do Prémio em 2009.
Neste blog já publicámos do agora laureado Prémio Camões os poemas Traduzir-se e o soneto Neste leito de ausência em que me esqueço deixando agora um dos poemas mais conhecidos do autor o Poema Sujo, que fala de São Luís, terra onde nasceu:
O prémio Camões foi instituído em 1988 pelos Governos de Portugal e do Brasil e visa «consagrar anualmente um autor de língua portuguesa que, pelo valor intrínseco da sua obra, tenha contribuído para o enriquecimento do património literário e cultural da língua comum».
O valor do prémio é de cem mil euros e será entregue em Lisboa, em data a anunciar.
"José Ribamar FERREIRA GULLAR nasceu em São Luís do Maranhão a 10 de Setembro de 1930, mas, a partir de 1951, fixou-se no Rio de Janeiro. Aí, publicou um poema de vanguarda, «A Luta Corporal» (1954), que está na origem do movimento concretista, e participou, em São Paulo, na Exposição de Poesia Concreta (1956). Mais tarde, tornou-se dissidente do concretismo, dando origem ao neo-concretismo (1957/58) e insurgiu-se contra a Ditadura Militar (1964), pelo que foi processado, preso e exilado na Argentina, só regressando à Pátria em 1977. Entretanto, publicara o «Poema Sujo» (1975). Poeta, dramaturgo e ensaísta, a sua poesia é rica de substância e densa de sentido político".
O poeta brasileiro sucede assim ao Cabo-Verdeano Arménio Vieira vencedor do Prémio em 2009.
Neste blog já publicámos do agora laureado Prémio Camões os poemas Traduzir-se e o soneto Neste leito de ausência em que me esqueço deixando agora um dos poemas mais conhecidos do autor o Poema Sujo, que fala de São Luís, terra onde nasceu:
Me extravio
na Rua da Estrela, escorrego
no Beco do Precipício.
Me lavo no Ribeirão.
Mijo na Fonte do Bispo.
Na Rua do Sol me cego,
na Rua da Paz me revolto
na do Comércio me nego
mas na das Hortas floresço;
na dos Prazeres soluço
na da Palma me conheço
na do Alecrim me perfumo
na da Saúde adoeço
na do Desterro me encontro
na da Alegria me perco
na Rua do Carmo berro
na Rua da Direita erro
e na Aurora adormeço.
******
Webmaster: (Mais) palavras para quê?
Nota biobliográfica extraída de «A Circulatura do Quadrado - Alguns dos Mais Belos Sonetos de Poetas cuja Mátria é a Língua Portuguesa. Introdução, coordenação e notas de António Ruivo Mouzinho. Edições Unicepe - Cooperativa Livreira de Estudantes do Porto, 2004.
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