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2010-05-30

Amor, se ua mudança imaginada - Sóror Violante do Céu

Amor, se ua mudança imaginada
é já com tal rigor minha homicida,
que será se passar de ser temida
a ser como temida averiguada?

Se só por ser de mi tão receada
com dura execução me tira a vida,
que fará se chegar a ser sabida?
que fará se passar de suspeitada?

Porém se já me mata, sendo incerta,
somente imaginá-la, e presumi-la,
claro está (pois da vida o fio corta),

Que me fará despois, quando for certa?
ou tornar a viver, para senti-la,
ou senti-la também despois de morta.


in Poemas Portugueses Antologia da Poesia Portuguesa do Séc. XIII ao Séc. XXI, Porto Editora

Sóror Violante do Céu - Violante da Silveira Montesino - (nasceu em Lisboa a 30 de Maio de 1607 e faleceu em Lisboa a 28 de Janeiro de 1693)

Ler da mesma autoria: Que Suspensão Que Enleio

1 comentário:

Lúcia Laborda disse...

Querido amigo; um bbelo soneto! Que importa depois de morta? Amei! Desculpe minhas ausências... mas está compicado escrever, por falta de tempo para fazer o que tanto gosto.
Boa semana! Beijossequal

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