Anthony van Dyck. National Trust,
Petworth House, Sussex, UK from here
Aquela que me tem, agora, presa
Minha alma, meus sentidos, meus cuidados...
E me faz sonhar sonhos desmanchados,
É uma altiva e olímpica inglesa.
Nunca tipo ideal de mais pureza
Vi nos góticos quadros mais prezados.
Seus doces olhos castos e velados
Têm um ar, infinito, de tristeza.
Tem uns gestos de deusa que caminha
Fonte grega, e um ar grande de Rainha,
E umas mãos como as ladies de Van Dyck...
Segue-a sempre um lacaio, e tristemente,
É por ela que eu morro, lentamente...
E ponho no bigode cosmétique
António Gomes Leal (n. em Lisboa a 6 Jun 1848; m. 29 Jan 1921)
Ler do mesmo autor, neste blog: Romantismo; Som e Cor; O Visionário ou Som e Cor III; Cantiga de Campo
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