Louvado seja Deus por ter criado
A água, nossa irmã, com tal ternura,
Pois não há mais alegre criança
Nem mais palmeira em todo o povoado.
E que humildade a sua! Lá da altura
Daquela serra vem, passo apressado,
Sempre a descer, que é esse seu cuidado,
A repetir a esmola da frescura.
Pressurosa lá vai a bem correr,
Por aqui, por ali, dando a beber
À terra já sedenta, que a chamou...
E queda-se nas fontes a cantar,
como dizendo, ao ver alguém a passar:
- Se tendes sede, irmão, aqui estou!
Armando César Côrtes Rodrigues (Vila Franca do Campo, S. Miguel a 28 de Fevereiro de 1891; Faleceu em Ponta Delgada a 14 de Outubro de 1971)
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