Tudo fora perfeito em tempos idos:
Não havia cansaço nem saudade,
o homem olhava os astros nos sentidos
e os sentidos mentiam de verdade.
Não havia reis nem sonhos perdidos,
e o homem era o homem sem idade,
sem o Tempo, sem causa, sem gemidos
- produto duma chama de igualdade.
Mas depois tudo mudou certo dia.
E o homem fez-se Deus, fez-se profeta,
foi astro, foi saudade - já sofria...
E, para enfim tudo volver diverso,
houve outro barro - o barro do poeta -
para contar o drama feito em verso.
António Manuel de Sousa Aragão Mendes Correia (nasceu em São Vicente, Ilha da Madeira, a 22 de Setembro de 1925; † Funchal, 11 de Agosto de 2008)
Sem comentários:
Enviar um comentário