Ó sinos de Bastabales,
quando vos oiço tocar,
toda morro de saudades.
Quando vos oiço tocar,
ó sininhos, meus sininhos,
sem querer volto a chorar.
Se oiço longe esse tanger,
penso que por mim chamais;
sinto as entranhas doer.
Doio-me de dor ferida,
que antes tinha a vida inteira
e hoje tenho meia vida.
Só meia, que me deixaram
os que de lá me trouxeram
os que de lá me roubaram.
Não me roubaram, traidores,
ai!, uns amores louquinhos,
ai!, uns louquinhos amores.
Que esses amores já fugiram,
logo as saudades vieram...
de mágoa me consumiram.
Trad. José Bento in Rosa do Mundo 2001 Poemas para o Futuro, Assírio & Alvim
Rosalía de Castro (n. Santiago de Compostela a 24 Fev 1837; m. Padron, Coruña, 15 Jul 1885)
versão original aqui
Ler da mesma autora:
El Otoño de La Vida
Cuan tristes passam los dias
Dicen que no hablan las plantas
Sed de Amores Tenia
I do not know what I am eternally seeking
Sem comentários:
Enviar um comentário