Arte do vidro daqui
Se uma película de vidro
adere à pele da pedra; se algum
Vento vier.
Afere-lhe o esplendor; martela,
fere: um som de ferro
no exterior; por dentro
outra textura mais espessa. Poisa
como um verniz depois o ar
suave a sua
laca no esmalte fracturado
E levanta-se então.
Minuciosamente. Ergueu-se
o halo
das colinas; a lenta beleza
levitada em cada grão
de pedra. Irradiando as lanças
que o brilho do vento
restituiu à luz, no aro
mais espesso do ar.
Rodar a chave do poema
e fecharmo-nosno seu fulgor
por sobre o vale glaciar. Reler
o frio recordado.
in Rosa do Mundo 2001 Poemas para o Futuro, Assírio & Alvim
Carlos Alberto Serra de Oliveira (n. em Belém do Pará, a 10 de Agosto de 1921 e morreu em Lisboa a 1 de Julho de 1981)
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