Quando o olhar, adivinhando a vida,
prende-se a outro olhar de criatura,
o espaço se converte na moldura,
o tempo incide incerto sem medida,
as mãos que se procuram ficam presas,
os dedos estreitados lembram garras
da ave de rapina, quando agarra
a carne de outras aves indefesas,
a pele encontra a pele e se arrepia,
oprime o peito o peito que estremece,
o rosto o outro rosto desafia,
a carne entrando a carne se consome,
suspira o corpo todo e desfalece
e triste volta a si com sede e fome.
Paulo Mendes Campos nasceu em Belo Horizonte (MG) a 28 de Fevereiro de 1922 e faleceu no Rio de Janeiro a 1 de Julho de 1991. Em Porto Alegre (RS), cursou a Escola Preparatória de Cadetes e tentou Direito, Odontologia, Veterinária, antes de se fixar no Rio, em 1945, onde se dedicou ao jornalismo. Cronista e poeta, o soneto que o representa nesta colectânea foi tirado de «A Palavra Escrita» (1951).
prende-se a outro olhar de criatura,
o espaço se converte na moldura,
o tempo incide incerto sem medida,
as mãos que se procuram ficam presas,
os dedos estreitados lembram garras
da ave de rapina, quando agarra
a carne de outras aves indefesas,
a pele encontra a pele e se arrepia,
oprime o peito o peito que estremece,
o rosto o outro rosto desafia,
a carne entrando a carne se consome,
suspira o corpo todo e desfalece
e triste volta a si com sede e fome.
Paulo Mendes Campos nasceu em Belo Horizonte (MG) a 28 de Fevereiro de 1922 e faleceu no Rio de Janeiro a 1 de Julho de 1991. Em Porto Alegre (RS), cursou a Escola Preparatória de Cadetes e tentou Direito, Odontologia, Veterinária, antes de se fixar no Rio, em 1945, onde se dedicou ao jornalismo. Cronista e poeta, o soneto que o representa nesta colectânea foi tirado de «A Palavra Escrita» (1951).
Poema e nota biobliográfica extraídos de «A Circulatura do Quadrado - Alguns dos Mais Belos Sonetos de Poetas cuja Mátria é a Língua Portuguesa. Introdução, coordenação e notas de António Ruivo Mouzinho. Edições Unicepe - Cooperativa Livreira de Estudantes do Porto
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