Caminheiro que vais ao fim do dia
Demandando o crespúsculo das dores,
Não te percas na lágrima sombria
Da tormenta de anseios e amargores!
Além da sepultura principia
O caminho dos sonhos redentores,
Na alvorada perene da harmonia,
Aureolada de eternos resplendores.
Desolado viajor, ergue teus olhos!
Não te prendas somente ao chão tristonho,
Guarda a esperança carinhosa e linda!
Vence a longa jornada dos abrolhos,
Que o país luminoso do teu sonho
Fica ao alto... distante... além ainda...
Luís Morton Barreto Murat (n. em Resende, RJ, em 4 de Maio de 1861; m. no Rio de Janeiro, RJ, em 3 de Julho de 1920)
Do mesmo autor ler: O Poder das Lágrimas; Ironia do Coração
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