Nize, Nize, onde estás ? Aonde espera
achar-te uma alma, que por ti suspira,
se quanto a vista se dilata e gira
tanto mais de encontrar-te desespera!
Ah!, se ao menos teu nome ouvir pudera
entre esta aura suave, que respira!
Nize, cuido, que diz, mas é mentira;
Nise, cuidei que ouvia, e tal não era.
Grutas, troncos, penhascos da espessura,
se o meu bem, se a minh'alma em vós se esconde,
mostrai, mostrai-me a sua formosura.
Nem ao menos o eco me responde!
Ah, como é certa a minha desventura!
Nize, Nize, onde estás? Aonde? Aonde?
Cláudio Manuel da Costa (Glauceste Satúrnio) nasceu em Mariana (MG) a 5 de Junho de 1729 e enforcou-se na cela da prisão, em Ouro Preto (MG), a 4 de Julho de 1789. Em 1749, partira para Coimbra, onde se formara em Cânones pela respectiva universidade. Depois de terminado o curso, fez uma estadia em Roma (1753). Em 1765, regressou ao Brasil, advogou em Vila Rica (primitivo nome da capital de Minas Gerais) e chegou a ser secretário de Estado durante três anos. Implicado na conspiração conhecida como Inconfidência Mineira, suicidou-se. Na sua poesia, este poeta brasileiro exprime saudades de Portugal (Lima, Mondego, Tejo).
Nota biobliográfica extraída de «A Circulatura do Quadrado - Alguns dos Mais Belos Sonetos de Poetas cuja Mátria é a Língua Portuguesa. Introdução, coordenação e notas de António Ruivo Mouzinho. Edições Unicepe - Cooperativa Livreira de Estudantes do Porto, 2004.
achar-te uma alma, que por ti suspira,
se quanto a vista se dilata e gira
tanto mais de encontrar-te desespera!
Ah!, se ao menos teu nome ouvir pudera
entre esta aura suave, que respira!
Nize, cuido, que diz, mas é mentira;
Nise, cuidei que ouvia, e tal não era.
Grutas, troncos, penhascos da espessura,
se o meu bem, se a minh'alma em vós se esconde,
mostrai, mostrai-me a sua formosura.
Nem ao menos o eco me responde!
Ah, como é certa a minha desventura!
Nize, Nize, onde estás? Aonde? Aonde?
Cláudio Manuel da Costa (Glauceste Satúrnio) nasceu em Mariana (MG) a 5 de Junho de 1729 e enforcou-se na cela da prisão, em Ouro Preto (MG), a 4 de Julho de 1789. Em 1749, partira para Coimbra, onde se formara em Cânones pela respectiva universidade. Depois de terminado o curso, fez uma estadia em Roma (1753). Em 1765, regressou ao Brasil, advogou em Vila Rica (primitivo nome da capital de Minas Gerais) e chegou a ser secretário de Estado durante três anos. Implicado na conspiração conhecida como Inconfidência Mineira, suicidou-se. Na sua poesia, este poeta brasileiro exprime saudades de Portugal (Lima, Mondego, Tejo).
Nota biobliográfica extraída de «A Circulatura do Quadrado - Alguns dos Mais Belos Sonetos de Poetas cuja Mátria é a Língua Portuguesa. Introdução, coordenação e notas de António Ruivo Mouzinho. Edições Unicepe - Cooperativa Livreira de Estudantes do Porto, 2004.
Do mesmo autor ler: Soneto XLVI :«Não vês Lise brincar esse menino...
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