Choram ainda a tua morte escura
aquelas que chorando a memoraram;
as lágrimas choradas não secaram
nos saudosos campos da ternura.
Santa entre as Santas pela má ventura,
rainha, mais que todas que reinaram;
amada, os teus amores não passaram
e és sempre bela e viva e loira e pura.
Ó linda, sonha aí, posta em sossego
No teu moimento de alva pedra fina,
Como outrora na fonte do Mondego.
Dorme, sombra de graça e de saudade,
colo de garça, amor, moça, menina,
bem-amada por toda a eternidade.
in A Circulatutra do Quadrado, Alguns dos Maids Belos Sonetos de Poetas cuja Mátria é a Língua Portuguesa, Unicepe
Afonso Lopes Vieira (n. em Cortes, Leiria a 26 Jan 1878, m. em Lisboa a 25 Jan 1946)
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