No aniversário da morte do poeta, recordamos aqui mais um poema:
Tenho sonhos cruéis; n'alma doente
Sinto um vago receio prematuro.
Vou a medo na aresta do futuro,
Embebido em saudades do presente...
Saudades desta dor que em vão procuro
Do peito afugentar bem rudemente,
Devendo, ao desmaiar sobre o poente,
Cobrir-me o coração dum véu escuro!...
Porque a dor, esta falta d'harmonia,
Toda a luz desgrenhada que alumia
As almas doidamente, o céu d'agora,
Sem ela o coração é quase nada:
Um sol onde expirasse a madrugada,
Porque é só madrugada quando chora.
Camilo Pessanha (n. Coimbra 7 Set 1867; m. Macau 1 Mar 1926)
Floriram por engano as rosas bravas
Quem poluiu quem rasgou os meus lençóis de linho...
Ao longe os meus barcos de flores
Interrogação
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