Inútil fechar com violência as portas. Virá o sono.
A mão impassível cerrará as pálpebras,
Então murcharás como um fruto imprestável.
O abandono cruzará os teus braços no peito,
Os dedos acenderão as velas.
Virá o grande sono, chumbará teus pés.
Quando o sino da manhã chamar, não existirá mais.
Na bruma se apagarão os telefones,
Os recados aflitos, as horas marcadas, os negócios.
O relógio do escritório se diluirá no mundo longínquo dos vivos.
O sono pousará na tua fronte
E acenderá um sonho novo no teu profundo esquecimento.
in O Mundo Submerso
Odorico Bueno de Rivera Filho, mais conhecido por Bueno de Rivera (nasceu a 3 de abril de 1911 em Santo Antônio do Monte, Minas Gerais — m. 25 de junho de 1982, Belo Horizonte)
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