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2017-12-06

Outono - Félix Pacheco


Amo, sim, e amarei! Mas não quisera
Manter este verão que é quase extinto.
Tudo que agora nos meus quadros pinto
Traz outra cor mais grave e mais austera.

Nunca maldisse o estio e a primavera,
Mas abençôo o tempo que hoje sinto,
Esta quietude sã, na qual não minto,
Outra ilusão mais justa e mais sincera.

Quando se desce a encosta da montanha,
No clarão interior que então nos banha
Os próprios dias tornam-se mais sábios.

Quadra melhor no outono o meu segredo.
O outono é para mim um grande dedo
Que o silêncio do amor põe nos meus lábios.

in Poesias, 2. ed. Teresina: Projeto Petrônio Portella, 1985.

José Félix Alves Pacheco nasceu em Teresina, Piauí, Brasil a 2 de agosto de 1879 e faleceu no Rio de Janeiro a 6 de dezembro de 1935

1 comentário:

tulipa disse...


HOJE... voltei uns anos atrás
e fui ver um post que fiz em tua homenagem
dando-te Parabéns a 05-09-2010 e já se passaram 7 anos

Tu respondeste:
Obrigado querida amiga! A escolha poética foi excelente. Reafirmo que foi um prazer ter estado lá presente e conhecer a fascinante exposição do teu trabalho. Entretanto, esperemos poder continuar mais algum tempo por cá. Muitas flores, sorrisos e ...poesia :)

Quando me quiseres visitar
gostarei de te ver por lá:

http://tempolivremundo.blogspot.pt/

Beijinhos da Tulipa.

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