De leve, beijo as suas mãos pequenas,
alvas, de neve, e, logo, um doce, um breve,
fino rubor lhe tinge a face, apenas
de leve beijo as suas mãos de neve.
Ela vive entre lírios e açucenas
e o vento a beija, e, como o vento, deve
ser o meu beijo em suas mãos serenas,
— tão leve o beijo, como o vento é leve...
Que essa divina flor, que é tão suave,
ama o que é leve, como um leve adejo
de vento ou como um garganteio de ave.
E já me basta, para meu tormento,
saber que o vento a beija, e que o meu beijo
nunca será tão leve como o vento...
Zeferino António de Sousa Brazil (n. em Taquari, Rio Grande do Sul, Brasil a 24 de Abril 1870, m. em 3 de Outubro de 1942 em Porto Alegre, Rio Grande do Sul)
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