Ai, a hora cruel da despedida
e as lágrimas choradas nesse instante!
Fazem mais do que lâmina cortante
os soluços que ouvimos à partida...
Hora triste, hora amarga e dolorida,
que se eterniza... e corre galopante;
momento inolvidável, cruciante,
que, num sopro, nos rouba anos de vida!
Muito custa sair a barra fora,
deixando o coração, pois, muito embora
a gente conte em breve regressar,
quem poderá prever, quando partimos,
por quanto tempo nós nos despedimos,
se porventura havemos de voltar?!
Poema extraído de «A Circulatura do Quadrado - Alguns dos Mais Belos Sonetos de Poetas cuja Mátria é a Língua Portuguesa. Introdução, coordenação e notas de António Ruivo Mouzinho. Edições Unicepe - Cooperativa Livreira de Estudantes do Porto, 2004.
Delfim de Brito Monteiro Guimarães(n. no Porto a 4 de agosto de 1872, m. na Amadora a 6 de julho de 1933)
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