À brisa, ao sol, à serra, à flor silvestre
Ao ribeiro que corre cristalino,
Ao canto alegre e doce, matutino,
Das avezinhas no arvoredo agreste;
À campina que do orvalho a manhã veste,
Eu, sem de Homero ter o alto destino,
Um conto fui pedir áureo, divino,
Radiante dessa luz alva e celeste!
Com ele ornar quisera, alegremente,
O teu álbum mimoso — onde o talento
o teu génio se curva ao fogo ingente;
Mas, não tenho de Dante o pensamento,
Não acho inspiração na luz fulgente
Pra um canto te ofertar com sentimento.
in A Republica, orgão do Partido Republicano, Anno I, número 170, de 17 de setembro de 1890, Estado do Pará, Belém, pág. 3 aqui
Adelino Fontoura Chaves (Axixá, Maranhão, Brsil, 30 de março de 1859 — Lisboa, Portugal, 2 de maio de 1884)
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