Cai a tarde, desvanece-me a alma
O dia esvai-se a caminho do fim
Lá fora sibila o vento - um açoite -
E corre o frio bem cá dentro de mim.
Como um náufrago abraço a calma
Das marés sem correnteza deste amor.
Mas quando o dia se espraia na noite
Sinto demais as saudades do seu fulgor.
À noitinha, afogo-me nas estrelas
E adormeço as mágoas no meu leito
Vêm-me salvar, no sonho, as sereias,
Avivar a esperança no meu peito...
Porém, como a manhã renasce bela
E com o Sol a bater-me na janela,
Logo olvido o que na véspera foi mau
E sigo, acertando o compasso da nau.
Fernando Semana é natural de Valbom, do concelho de Gondomar, onde nasceu em 1957; contabilista e economista de profissão é aprendiz de poeta nas horas vagas; é o autor do blog Nothingandall (www.nothingandall.blogspot.com)
1 comentário:
O "aprendiz" está a aprender muito bem!
Abraço,
Rui
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