Ponto final. Adeus. Tinha previsto o fim. 
Quiz muito, quiz demais... O culpado fui eu. 
Se é que póde morrer o que nunca viveu, 
Sinto que morreu hoje o teu amor por mim. 
Fiz mal em vir? Talvez. Quizeste vêr-me: vim. 
Que placidez a tua e que sorriso o teu! 
Amor que raciocina é amor que morreu. 
Pode lá nunca amar quem se domina assim! 
Tinha de ser. Adeus. Deixas-me triste e doente. 
Depois, qual é o amor que vive eternamente? 
Tudo envelhece, e passa, e morre como tu. 
Nunca mais me verás. É a vida, afinal. 
Dá-me o ultimo beijo e não me queiras mal... 
Il faut rompre en pleurant quand on ne s'aime plus. 
manteve-se a grafia constante da publicação
in Revista ATLANTIDA, Nº. 1, 15 de Novembro de 1915, Lisboa
Júlio Dantas (Lagos, 19 de maio de 1876 — Lisboa, 25 de maio de 1962)
Sem comentários:
Enviar um comentário