a Luís Carlos Guimarães
Não tenho a beleza de Rimbaud, nem o rosto torturado de Baudelaire.
Tenho sim, olhos negros, negros como os de Poe.
Meus cabelos são soltos, em desalinho
Como os de algum anjo ou demônio.
Minha pele, queimada eternamente pelo sol, tem o sal do mar
E a cor morena dos que são náufragos.
Minhas mãos são pequenas, tristes embora,
Como as mãos de alguém que só as estendeu para o adeus.
in O Tempo da Solidão, 1960
Francisco Walflan Furtado de Queiroz (1930-1995) nasceu em São Miguel, no Rio Grande do Norte; faleceu no dia 13 de agosto de 1995)
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