Breve momento, após comprido dia
de incómodos, de penas, de cansaço,
'inda o corpo a sentir quebrado e lasso,
posso a ti me entregar, doce Poesia!
Desta janela aberta à luz tardia
do luar em cheio a clarear o espaço,
vejo-te vir, ouço-te o leve passo
na transparência azul da noite fria.
Chegas. O ósculo teu me vivifica.
Mas é tão tarde! Rápido flutuas,
tornando logo à etérea imensidade;
e, na mesa a que me escrevo, apenas fica,
sobre o papel - rastro das asas tuas -
um verso, um pensamento, uma saudade.
in A Circulatura do Quadrado - Alguns dos Mais Belos Sonetos de Poetas cuja Mátria é a Língua Portuguesa - Edições Unicepe, 2004
Antônio Mariano Alberto de Oliveira (n. em Palmital de Saquarema (RJ) a 28 de abril de 1857; m. em Niterói (RJ) em 19 de janeiro de 1937).
3 comentários:
Ainda há exemplares disponíveis. Dá-se a volta ao mundo com o livrinho...
Abraços,
Rui
Enquanto permanecermos neste mundo,as horas nunca serão mortas,há que aproveitar a vida ao máximo!!
Ainda há exemplares disponíveis. Dá-se a volta ao mundo com o livrinho
A Circulatura do Quadrado - Alguns dos Mais Belos Sonetos de Poetas cuja Mátria é a Língua Portuguesa - Edições Unicepe, 2004
Abraços,
Rui
Enviar um comentário