Todo o tempo é sagrado:
embora no verão
o sol requeime tanto
que o corpo esquece a alma;
embora no outono
do rosto a palidez
augure e urda sombras
dum súbito sofrer;
embora no inverno
a neve a tempestade
até aos ossos gelem
desígnios ou vontades;
na calma primavera:
tudo em cores germina
e solícita a terra
o porvir adivinha.
in Auras do Egeu. Folio Exemplar, Lisboa, 2011
António Forte Salvado (Castelo Branco, 20 de fevereiro de 1936)
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