À memória de Laudionor Brasil
Nas horas de desânimo e desgosto,
Sinto essa mão macia, carinhosa,
Maternal, que me afoga as mãos e o rosto,
Perfumada de sândalo e de rosa.
Se me ponha a cismar, o sol já posto,
Exausto dessa via dolorosa,
À cabeça cansada dá-me encosto
E o suor me enxuga a doce mão piedosa.
Tanto falei das mãos nos meus poemas!
Agora, esta me vem mostrar estrelas,
- No manto azul do céu doiradas gemas, -
Num gesto de carinho e de piedade,
Pura entre as puras, bela entre as mais belas,
A MÃO NEVADA E FRIA DA SAUDADE...
Camillo de Jesus Lima (Caetité, Bahia, 8 de setembro de 1912 — Itapetinga, Bahia, 28 de fevereiro de 1975)
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